Os serviços de segurança russos (FSB) acreditam que o duplo atentado de segunda-feira, no Metro de Moscovo, que matou 39 pessoas, terá sido uma retaliação da guerrilha islâmica do Cáucaso Norte, pela morte do seu ideólogo, Said Buryatsky, e receiam que ele tenha deixado uma célula de ‘viúvas negras’ prontas a atacar.
Buryatsky, braço-direito do líder da guerrilha, Umar Kumarov, foi morto no início de Março na Ingushétia, num raide das forças especiais russas. Antes de morrer, terá treinado uma célula de trinta mulheres bombistas suicidas – as temidas ‘viúvas negras’ – encarregadas de "levar a guerra às cidades russas". Duas delas terão levado a cabo os ataques de segunda-feira e outras sete imolaram-se noutros ataques recentes no Cáucaso Norte, mas o FSB acredita que mais 21 suicidas estarão a preparar novos ataques.
Em dia de luto nacional, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, prometeu "arrancar os terroristas dos esgotos", mas a imprensa russa denunciava ontem que as autoridades sabiam que ia ocorrer um atentado no metro mas não avisaram a população. Testemunhas contaram que, na manhã dos ataques, mulheres com ar de serem oriundas do Cáucaso foram interpeladas pela polícia à entrada do metro e revistadas.
Uma testemunha disse mesmo que estava a ser interrogada pela polícia quando ocorreu a primeira explosão e que um oficial entrou a correr na sala a gritar: "Como é que as deixaram passar?"
in Correio da Manhã, 31 de Março de 2010
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